Liderança e o medo do desemprego
Por Gilberto Guimarães
A situação de insegurança e instabilidade gerada pela nova forma de gestão e pela expectativa de reestruturações acaba criando um significativo medo de perder o emprego. Esse medo de perder o emprego é muito prejudicial para a economia e para a produtividade. O profissional que está com medo de ser despedido passa a ter uma atitude de defesa, não inova, não cria, não enfrenta e muitos até se afastam por doença. Começam a ver a empresa como a “dona de sua sobrevivência”, e a sentir revolta e ressentimento, já que é natural não se gostar de quem é uma ameaça o tempo todo.
Essa relação conflituosa entre o medo da demissão e o ressentimento é terrível do ponto de vista da motivação e consequente entrega dos colaboradores. Prejudica também a cooperação entre membros de uma equipe. Será sempre, nesses momentos de reestruturação, “ou ele ou eu” a ser demitido, e sempre será ”melhor ele do que eu”. As equipes se desagregam e a produtividade cai. O importante agora é conseguir romper esse círculo vicioso, reduzindo esse medo. Além de pensar na reestruturação, é fundamental atacar os aspectos psicológicos do medo da perda do emprego tão comuns.
A eficácia da empresa se apoia sobre as competências e entregas de seus colaboradores. Mas a empresa, hoje, não se considera mais como a única responsável por identificar e desenvolver suas competências. No novo modelo, cada indivíduo deve também assumir essa responsabilidade e também ser incentivados a olharem no mercado as novas oportunidades de trabalho que se apresentam e as novas competências e habilidades exigidas.
Entretanto, é importante destacar a importância do líder nesse papel. Ele deverá gerenciar essas dimensões, ter uma maior capacidade de antecipação, prevendo o medo das demissões de seus liderados.
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